sábado, 2 de abril de 2011

Folk-Lore, Capitulo um, A floresta das sombras que se entre-olhavam.

Atenção: se não conseguir ler o texto, clique aqui e arraste até o final do texto.


Estava eu, mais uma vez, Andando naquela floresta escura, o céu parecia ser apenas uma imensidão negra, sem sequer uma luz de um astro qualquer. O ar gelado como a minha pele, minha respiração ofegante, cada borrifada de ar que saia de minha boca parecia uma pequena névoa que nascia de meus lábios. Algo passava desapercebido. Na escuridão das sombras das árvores, alguém me vigiava. Sua sombra era mais rápida que o vento, hora estava aqui, na outra ali e em seguida acolá. Já estava ficando com medo, minhas pernas tremiam, agora, não só por conta do frio. Meus olhos procuravam aquela sombra em todo o lugar, minha garganta doía, meus olhos ardiam e meu coração pulsava descontroladamente. Nada além do som de meu coração em meus ouvidos, na minha boca havia um gosto metálico de sangue e no meu rosto o medo de estar só. Mal conseguia me movimentar, eu sentia como se minhas pernas parecessem vidro, eu tinha certeza que se eu caminhasse com mais pressa elas poderiam quebrar...
Andei mais devagar, pensando para onde eu iria, se tudo aquilo não passava de um floresta. Mas... com cheguei aqui? Essa é a pergunta não é? Pois bem, eu não sei, ou pelo menos estou com muito medo para lembrar!
E de repente a sombra mais uma vez, passando como um relâmpago, meus olhos tentavam a acompanhar, não conseguiam. Ela passava com um velocidade incrível, fazendo um assobio aterrorizante.

A sombra ligeira chegava cada vez mais perto, fazia um circulo em meu redor, ficava cada vez mais frio, ela arrastava consigo uma incrível massa de ar gélida. Meus cabelos esvoaçavam, minha roupa também, o medo me dominava. Segurei com todas as forças o meu casaco, afinal, era a unica coisa que ainda me deixava vivo em meio aquele frio mórbido. Então aquele vento chegava cada vez mais perto, cada vez mais perto, e mais perto, e mais perto! Meu pés agora mal tocavam o chão. Parecia que eu iria ser arrastado por ele, meu corpo balançava de um lado para o outro, cada vez mais forte, mal consegui me aguentar em pé com toda aquela pressão. 
 - O que você faz aqui? - A voz que vinda de dentro do "redemoinho" me questionou.
Meu medo me dominava cada vez mais e mais.
 - Quem é você? - O ignorei. Errei feio.
 - Seu humano idiota, responda minha pergunta. - Sua voz estava mais grave e mais alta. Acompanhando a força do vento, que se intensificava. 
 - Eu... eu... eu... não...não... sei! - Gaguejei, quase urinando nas calças.
 - Meu Fumo! Onde está meu fumo?
 - Seu fumo? Como assim? Eu não sei! - Gritei o mais alto que pude.
Ele rugiu, ou gritou, não sei ao certo. Só sei que foi assustador. E em seguida, Saindo daquele "redemoinho" de vento uma lança que atravessou o vento e veio em minha direção, não me acertou! Mas foi quase.
 - Humano maldito, Como ousa me desafiar?
 - Desafiar? Como assim? Eu...? Eu...? O que eu fiz? - mais um rugido e mais uma lança. Gritei de medo e de repente uma outra voz saiu daquele lugar.
 - Para! Já chega! Não precisa disso!
Arregalei bem os olhas, afinal, eu não estava entendendo mais nada, ou melhor, eu não estava entendendo nada desde o começo mesmo.
 - Como? - a voz grave gritou.
 - Já chega! - a voz mais aguda repetiu. E com aquela frase, o vento cessou de repente. E pude ver duas sombras que se entre-olhavam raivosamente.
 - Vou mata-lo! E se você se intrometer, matarei você também, pri-mo! - Deu ênfase a palavra primo, elevou mais uma e lançou-a em minha direção. De repente um vento forte veio em minha direção, alguém me agarrou, e fui arrastado pelo vento e pela pessoa que se escondia nas sombras...